um dia a taça há de cansar-se
do vinho rubro e perfumado
da boca suave que o sorve
seu cristal translúcido há de romper-se
seu cansaço há de mostrar-se
face a essa festa insossa
esses rostos afogueados 
pelo prazer incansável de viver 
um dia o material de que é feita a taça
há de romper-se
ei-la no chão em mil cacos
cansada da vida insensata
dos reflexos vãos das festas velhas
enfim repousará 
despida de sua forma 
corola vazia concha esquecida  
                                                     Igor Zanoni
 
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