quinta-feira, 12 de junho de 2025

Escorregadio


Você diz

Por outro lado

Não obstante

Entretanto

Não pode ser

Mais conclusivo?

 

                                                 Igor Zanoni

  

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Medo


Não posso sair de mim

Quem me fez prisioneiro

Conhecia muito bem

Meu medo

Nas ruas há a vida medíocre

Sol pessoas cães

Requerem uma atenção

Doentia

 

                                     Igor Zanoni 

terça-feira, 10 de junho de 2025

À nossa vida


Nós somos contraditórios

Não há mal nisso nem dificuldade

Esta é uma exigência do coração

Para que possamos nos lançar

À nossa vida

No que queremos que ela seja

 

                                          Igor Zanoni 

sábado, 7 de junho de 2025

A alegria


Quando a maior porção de nossa vida

É a melancolia

E sentimos vontade de, como a Mafalda,

Colocar ataduras no mundo

Nossa percepção do sagrado se dilui

Para este é preciso haver certa alegria

Certa segurança

Desejamos abandonar a apreensão

Sorrir como os palhaços

E os golfinhos

Ver o sagrado na flora

Nas rosas

Bem como nos pássaros que nos cercam

Nos parques de Curitiba

Há tantas pessoas em volta

Que não nos façam mal

Há tantas moças bonitas

É preciso apreender seu sorriso

Que dura um minuto inesquecível

Aí reside a beleza das criaturas do Senhor

 

                                                            Igor Zanoni 

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Quando os filhos crescem


Quando os filhos se tornam adultos

Mas ainda não nos sentimos velhos

A proximidade entre nós aumenta

A conversa é mais madura

A sua dependência de nós se reduz

Podemos nos ver como pais e amigos

Ou filhos e amigos

Esse talvez seja o melhor período

Da paternidade

Combinamos passeios almoços

Somos todos mais independentes

Mas ainda muito próximos

Nunca nosso carinho foi tão claro

 

                                                            Igor Zanoni 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Clarete


Mesmo aos amores não correspondidos

Deve-se ser agradecido

Eles nos lembram de que somos vivos

E a vida não é uma festa permanente

Nosso coração tem inúmeras salas

Onde festejar e chorar

Os meandros de nosso coração

Sempre surpreendem

E às vezes são duros e difíceis

Paciência brindemos ao que vem

Quando a desilusão espreita

Lembremos Era uma ilusão

Escolhamos uma nova garrafa de clarete

 

                                                        Igor Zanoni 

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Pão


Esta refeição que agora tomo

Chamo simbolicamente pão

Peço ao Senhor que nos dê

O pão que comeremos amanhã

Quando Ele vier de novo

 

                                                  Igor Zanoni