sexta-feira, 26 de julho de 2013

Inseguro


ela tem meu e-mail e telefone
mas sempre sou eu quem telefona
como se nossa amizade
fosse um assunto só meu
e a nostalgia de esperanças confusas
e deliberações não resolvidas
tivesse de recair apenas sobre o meu carma
nossa eu sou um cara insistente
não quero enterrar meu passado
e como católico acredito
que Deus cuidará do futuro
desde que nós façamos o que devemos
mas quando ligo percebo que ela
possui ainda algo que posso entender
como amor misturado com insolúveis dilemas
meus ouvidos ficam cansados
mas acabo sentindo que o melhor nesse caso
é o desapego e o desinteresse
pelo menos até que eu não suporte
e telefone de novo
eu sou um sujeito que vive na borda
como poderia me sentir seguro?

                                                                   Igor Zanoni 

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