Um sem-fim de lojinhas sobe e desce as ruas do bairro acompanhando seu desordenado progresso. Suas atividades se repetem sem muita imaginação: malharias e uniformes escolares, padarias que vendem aos domingos frango assado e risoto, farmácias, produtos naturais para todos os males, pizzarias, pequenos restaurantes, quitandas, lotéricas, dentre os quais se erguem já agências dos maiores bancos, como onipresentes elefantes brancos distribuindo benefícios aos aposentados e recolhendo juros da maioria endividada. As lojinhas rendem pouco cada uma, e vivem graças a mulheres que se entediam nos balcões, às vezes bem jovens sonhando com o que fazer na vida, sem resposta, às vezes maduras com o brilho do agora vamos nos olhos e sonhos que me entedia imaginar. Aos domingos essas mulheres e moças vão à igreja, cada vez é maior o número daquelas com vestidos abaixo dos joelhos e cabelos longos. É a nova camada ascendente no bairro, convivendo mas não muito com as mocinhas que vão examinar sua gestação no postinho de saúde, e com as tele atendentes da muitas companhias de serviços e perfumes da cidade, com suas calças jeans, suas preocupações com o futuro e com os filhos skatistas.
Igor Zanoni
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