há períodos, às vezes longos e repetidos, nos quais a
paz de espírito parece uma miragem. temos insônia, tristeza, inquietações e
outros “sintomas” de uma grande melancolia. não sabemos como lidar com isso,
que compartilhamos com personalidades importantes da história. Weber, que teve
uma vida bastante marcada pela melancolia, quando ainda jovem passou a beber e
não cuidar de sua aparência, e quando voltou para casa depois de um período na
universidade, recebeu um tapa no rosto de sua mãe por ser tão descuidado
consigo. ter cuidado consigo é fundamental, perceber como se respira, a
contração muscular, como a mente está presa de ideias confusas e procurar
encontrar uma chave que permita dar conta disso tudo e regressar a uma
tranquilidade básica sem a qual não se pode viver. onde está essa chave? em
todo e nenhum lugar, não há receita pronta. pode-se ir ao psicólogo, ao
psiquiatra, pode-se ir ao sacerdote ou praticar esportes, e assim por diante,
mas há uma grande zona de desconforto íntimo que nada disso atinge. creio que o
mais importante é perceber e abrir mão do sofrimento, não é preciso se ater ao
sofrimento, fazer dele sua imagem e identidade. percebe-se como se está e, se
formos corajosos, abrimos mão disso. isso talvez implique aceitar estarmos
sozinhos, não solitários, mas sem a companhia de imagens e conceitos de outros,
que recolhemos na vida e fazemos nossos.
Igor Zanoni
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