na manhã fria e clara
a chuvinha fina desperta
o corpo da tepidez dos cobertores
temos vontade de romper a inércia
fazer o dia
tornar seus compromissos
a base de uma vida reta
os jornais derramam sua sujeira
material e espiritual
em tudo que eles tocam
as mãos ficam cinzentas
e o coração triste
mas neste momento o que posso fazer
é viver minha vida
de modo algo egoísta
sorvo um café expresso na esquina
aos poucos me encontro com amigos
estou com uma tosse incômoda
aliás na rua no ônibus
muitos tossem
os vírus também gostam do frio
então aperto ao pescoço
a gola do casaco
sinto o corpo cálido forte
e sigo entre os moinhos de vento
da cidade
bancos órgãos públicos
vírus o sistema de transporte
e venço-os um a um
Igor Zanoni
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