O que surpreende e maravilha
Esses meus olhos velhos e míopes
São as cores brilhantes das flores
E o verde generoso da relva
E do arvoredo
Sempre perco algum tempo
Observando essas cores
Muito mais intensas e reais
Que a tinta que cobre os novos modelos
Dos automóveis cruzando
As ruas insossas do centro
Gosto por isso de andar nos parques
E de encontrar no bairro um jardim
Que uma senhorinha qualquer cultiva
Ao lado de minha casa há um homem
Que toda manhã poda seu gramado
Como se fosse o gramado
De uma propriedade britânica
Esses gostos são tão antigos
Como antigo é o mundo
Aliás o mundo começou num jardim
Do qual fomos expulsos
Todo jardim relembra saudoso
Nossa origem entre as cores
Brilhantes das flores e do relvado
Há uma nostalgia que nos toma
Em cada rosa
Em sua exuberância
Igor Zanoni
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