terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Das cores do mundo


O que surpreende e maravilha

Esses meus olhos velhos e míopes

São as cores brilhantes das flores

E o verde generoso da relva

E do arvoredo

Sempre perco algum tempo

 Observando essas cores  

Muito mais intensas e reais

 Que a tinta que cobre os novos modelos

Dos automóveis cruzando

As ruas insossas do centro

Gosto por isso de andar nos parques

E de encontrar no bairro um jardim

Que uma senhorinha qualquer cultiva

Ao lado de minha casa há um homem

Que toda manhã poda seu gramado

Como se fosse o gramado

De uma propriedade britânica

Esses gostos são tão antigos

Como antigo é o mundo

Aliás o mundo começou num jardim

Do qual fomos expulsos

Todo jardim relembra saudoso

Nossa origem entre as cores

Brilhantes das flores e do relvado

Há uma nostalgia que nos toma

Em cada rosa

Em sua exuberância

 

                                                               Igor Zanoni

 

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