o que me espanta
não é que vivamos
pequenas mortes cotidianas
a intransigência das
coisas
que cai sobre nós como um
cutelo
e que essas mortes tantas
vezes
sejam pequenas
desistências
transtornando o suposto
caminho
no qual seguíamos
mas que algo em nós siga sonhando
lendo romances
olhando os passantes
comendo apenas o que
agrada
como se antes de nós
houvesse
uma terrestre trajetória
de banalidades
que insiste em nos trazer
dos precipícios
oferecendo pão e uma
sobrevivência
a vida depois da vida
mesmo com cortes e visíveis
suturas
Igor Zanoni
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