a bendita sociedade está entre nós
mexendo cada um como bem quer
com seus pauzinhos
brincamos inocentes conversando
sobre o almoço ou a política
mas não colocamos em nada o preço
nem em nada muitas esperanças
diante de mim um rapaz se entristece
e tenta ainda bem que inábil
cortar os pulsos ou pular de um alto andar
em longa fila moças se entristecem
com agulhas de tricô e pinças de crochê
a sociedade faz uma atraente rede
para pescar moços e moças
que ainda há pouco eram felizes
jogavam vôlei ou betes ou iam colher flores
meus amores lembro bem o nome
onde estarão? perdidos aqui e ali
entre goles de vinho com citalopran
a sociedade para todos mostra os dentes
estúpida grita sua senha:
après moi le déluge!
Igor
Zanoni
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