atrás do balcão da padaria, ela atende os fregueses
como se tivesse medo. é uma moça bonita, jovem, sempre com ar receoso. nenhum
pai, nenhuma mãe, criou um filho para trabalhar como balconista em uma padaria
de bairro. não sei o que a levou até esse emprego. acho que deveria estar
estudando, mas nesse país de desempregados e de necessidades se multiplicando,
ela deve ajudar no orçamento da família. ontem ela estava mais solta, me
atendeu com um quase sorriso, pesou o pão, levou ao caixa, se despediu de mim.
é uma moça bonita, tenho muita compaixão por sua vida que se continua assim vai
impedi-la de ter melhor futuro.
Igor Zanoni
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