sexta-feira, 24 de julho de 2020

Sonhos


Quando a aurora de róseos dedos 
Entrou pela janela 
Eu ainda me entregava aos sonhos 
Sem querer despertar de todo 
Os sonhos eram coerentes 
Tranquilizantes 
Eu me sentia esplêndido 
Navegando em mares serenos 
Uma taça de rubro vinho 
Ou duas quem sabe mais 
Deram-me uma noite esplêndida 
Mas agora eu tinha de viver 
O cotidiano dos que vem e vão 
Na vida plena dos desejos dos deuses 
Eles não poupam seus filhos 
Antes ordenam que sigam por aqui e por ali 
E que não se percam como Ulisses 
Nas ilhas solitárias 
Ou nas ruas cheias de curitibanos 
De aqueus e dublinenses 

                                                                                                                Igor Zanoni

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