segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Finados

À medida que vou envelhecendo somo meus mortos e comemoro suas vidas antigas em Finados. São muitos esses mortos, mas nem de todos lembro bem ou com constância. Há pessoas que me foram próximas, mas estão hoje em desvãos da memória, apagadas. Outras me fazem falta, uma imensa falta, o tempo não as diminui em meu afeto. No dia 31 de outubro, domingo, fui com minha mulher ao cemitério Jardim da Saudade, onde seu pai está enterrado. O terreno ali é amplo e verde, com túmulos rasos. Chovia, começou a esfriar, e logo me senti melancólico pensando em todos, escondidos na grama, no mês que se findava como tudo há de findar, inclusive eu, quem sabe quando?

 

                                                         Igor Zanoni

 

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