O mais misterioso nos meus sonhos
Não são os seus enredos
Ainda que às vezes me angustiem
Mas eu ser sempre assim tão eu mesmo
Mesmo se sonho com meu pai
Ou com amigos e filhos
Sou sempre assim esse homem por igual
Que vive sua vida com seus dilemas
A mesma vida que passa
Ou pela qual vou passando
Sempre a mesma sempre
O homem de idade inalterada
Ainda que a vida mude com o tempo
Sou este homem e me custa entender
Como não envelhece minha alma
Nem minha carne de sonho
Sou por acaso uma arquitetura fixa?
Um pertencimento ao meu eu
Tão junto a mim
Arrepanho com minhas mãos
Como se brincasse com as águas de um rio
Que ao contrário do que pensava Heráclito
Nunca mudam
São a minha face tão antiga e tão nova
A minha face que tão bem conheço
Igor Zanoni
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