Quando durmo vou para outra cidade
Que tem um pouco de cada cidade
Onde vivi
Procuro por livros que não existem
Mas são tão reais quando durmo
Encontro pessoas que não vejo
Há muito muito tempo
E pertencem a uma cidade onde vivi
Não àquela ao mesmo tempo
Exata e confusa que sonho
O viver se torna ilusório
E minha vida se bifurca
Em muitas vidas que tive
Em muitas ruas inventadas
Em livros cujo nome é uma irrealidade
Mas não me parece dormindo
Que nada seja invenção
Antes uma precisa angústia
E a minha vida depois mais tarde
Quando acordo
Ganha o tom fantástico
De uma vida que a cada noite invento
E reinventa o dia quando o sol brilha
Igor Zanoni
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