segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Invenção

Quando durmo vou para outra cidade

Que tem um pouco de cada cidade

Onde vivi

Procuro por livros que não existem

Mas são tão reais quando durmo

Encontro pessoas que não vejo

Há muito muito tempo

E pertencem a uma cidade onde vivi

Não àquela ao mesmo tempo

Exata e confusa que sonho

O viver se torna ilusório

E minha vida se bifurca

Em muitas vidas que tive

Em muitas ruas inventadas

Em livros cujo nome é uma irrealidade

Mas não me parece dormindo

Que nada seja invenção

Antes uma precisa angústia

E a minha vida depois mais tarde

Quando acordo

Ganha o tom fantástico

De uma vida que a cada noite invento

E reinventa o dia quando o sol brilha

 

                                                Igor Zanoni

 

 

 

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