A Condição Humana (1933) é a obra prima de André Malraux (1901-1976) e um dos maiores romances do século passado. Ele narra questões morais, intelectuais e políticas em torno de um conjunto de personagens vivendo em Xangai, uma das maiores e mais industrializadas cidades da China no início do século XX. Trata-se de um romance urbano, e não rural como por exemplo A Boa Terra de Pearl S. Buck escrito mais ou menos na mesma época. O pano de fundo é a revolta que explode em 1927 entre operários ligados ao Partido Comunista. Os trabalhadores nessa época trabalhavam cerca de dezesseis hora por dia e viviam em condições miseráveis, o que faz explodir a revolta. A cidade é dividida em zonas ou concessões dominadas por diversos países, mas seu chefe maior é o warlord Chang Kay-chek apoiado por esses países. Nesse romance é abordada a relação entre o governo francês e Chang. A Internacional desejava uma união entre o Partido Comunista e o Kuomitang de Chang Kay-chek rumo a uma revolução democrática que evoluiria para uma revolução comunista, mas nenhum dos dois partidos estão de acordo com essa estratégia. A revolta de 192 7 levanta os operários que tomam diversas partes da cidade, mas é esmagada pelo Kuomitang, fazendo com que personalidades comunistas fujam ou se matem, diante da brutalidade da repressão. O romance trabalha com diversas dessas personalidades, representando valores e formas de ação. O saldo melancólico é expresso por Gisors, pai de Kyo que toma cianureto na prisão, e a difícil paz e entendimento da vida que consegue fumando ópio como forma de lidar com a condição humana que os personagens representam.
Igor Zanoni
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