segunda-feira, 3 de março de 2025

Uma quase impossibilidade


Soube há pouco que morreu

Diversas vezes tomou

Uma quantidade excessiva de remédios

Mas desta vez não morreu porque quis

Morreu apenas

Nunca fez muito bem nem a si nem a outros

Era para dizer o mínimo

Uma pessoa difícil

Incapaz de viver com padrões mínimos

Todavia era brilhante

Eu gostava de conversar com ele por horas

Quem se aproximava de sua casa

Logo via ainda distante

Uma fumacinha negra escapando

Do teto

Que a morte lhe seja leve

Porque a vida lhe foi

Uma quase impossibilidade

 

                                                    Igor Zanoni           

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