O Senhor Buda mendigava seu sustento em cada casa
usando uma pequena vasilha. Recebia em cada uma o alimento que lhe ofereciam nesta
vasilha, agradecendo e voltando para meditar e ensinar as 84.000 formas que deixou
para seus discípulos, e para todos nós, de buscar a paz. Seu alimento
naturalmente nunca era o mesmo, pois às vezes lhe ofereciam um pouco de arroz,
outras vezes um pouco de carne ou de legumes, comida sem tempero ou estragada e
assim por diante. Comia o que lhe davam,
sem jamais escolher. Aceitava-o assim como todos os que o buscavam e todos os que
até hoje o buscam. Muitos se equivocaram e viram neste comportamento uma forma
de renúncia ou de indiferença ao mundo. Mas demonstra mais lucidez quem percebe
nele a aceitação do mundo e de todos com infinita generosidade e amor. Estas
como outras características, as quais enobreceu dando-lhes novas dimensões e qualidades,
estão ainda como ensinamento em suas falas, que podem ser aprendidas por
exemplo, no Sutra do Coração e no Sutra do Diamante, entre outros, assim como
no ensinamento de todos os que as buscam ou buscaram com afinco desde então. Destinou
o caminho da paz para todos, sem escolher entre este ou outro. Ensinou-o por
palavras, pelo silêncio, pela meditação, pelos gestos cotidianos, e ainda hoje
pergunta por nossas palavras, gestos e motivações.
Igor Zanoni
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