o célebre teólogo suíço Karl Barth chamou a atenção em
seu último texto para a importância decisiva para a igreja, e cada um dos seus
membros, daquele que ocupa o púlpito, muito maior que a do teólogo ou da hierarquia
da mesma igreja. o pastor ou o padre está em uma relação próxima, afetiva e
cultural, com a congregação, que jamais poderia ser equiparada a de qualquer
outro na igreja, e em grande medida condiciona a vida cultural, pessoal e comunitária
do leigo. de forma um pouco semelhante, o filósofo Paul Feyerabend disse com ênfase
que não há teorias mas educadores, quando se trata do ensino e da compreensão da
ciência, pois esta não vive de modo abstrato mas na compreensão e no coração de
cada cientista. a importância da educação e do educador renasceu de modo
radical com os primeiros pensadores iluministas, como meio por excelência na
criação da sociedade que rompia do antigo regime. Rousseau, como sabem todos,
foi o principal nome nesse sentido, em especial com o Emílio, ou da Educação.
na realidade estes pensadores apontaram para um drama, ou mesmo uma tragédia,
que se desenvolve todos os dias nas escolas de todas as sociedades, em cujo
centro está a cada vez mais problemática relação entre o professor e o
estudante. não apenas o estudante já não pode há muito, ou nunca pôde realmente,
ser chamado de “aluno”, o ser sem luz que o professor vai iluminar, como sobre este
pesa a observação de Marx, feita no contexto de uma discussão de Rousseau: “
quem educa o educador?” .
Igor Zanoni
Nenhum comentário:
Postar um comentário