há uma participação comum no mal que envolve nossas vidas. com intensidades, comprometimentos, compreensão diversos, em algum ponto de nós vive nossa cumplicidade. por isso temos dificuldade em amar a humanidade e a nós mesmos. o ódio e a agressividade sempre são mais fortes e mais acessíveis. muitos escreveram sobre isto, desde milênios atrás. o livro do Gêneses o explica como o mito do pecado original. ele não é o pecado do primeiro casal que nós, longe do paraíso, repetimos. são antes todas as várias e complexas formas de participação na infelicidade do mundo. podemos perceber isto e pedir perdão, ser batizado é um ritual de exorcizar esse mal, de nos imunizar contra ele. podemos repetir confissões, repetir comunhões, como alguém que precisa compulsivamente lavar as mãos. ninguém está a salvo, poucos conseguem viver uma vida cristã. e esta vida ganha sentidos diversos a cada época. desde logo não devemos extremar esses fatos, melhor uma paciente aceitação, uma terna moderação em tudo que nos liga a nós e ao mundo, lado a lado de um sincero não.
Igor zanoni
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