segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Mal comum


há uma participação comum no mal que envolve nossas vidas. com intensidades, comprometimentos, compreensão diversos, em algum ponto de nós vive nossa cumplicidade. por isso temos dificuldade em amar a humanidade e a nós mesmos. o ódio e a agressividade sempre são mais fortes e mais acessíveis. muitos escreveram sobre isto, desde milênios atrás. o livro do Gêneses o explica como o mito do pecado original. ele não é o pecado do primeiro casal que nós, longe do paraíso, repetimos. são antes todas as várias e complexas formas de participação na infelicidade do mundo. podemos perceber isto e pedir perdão, ser batizado é um ritual de exorcizar esse mal, de nos imunizar contra ele. podemos repetir confissões, repetir comunhões, como alguém que precisa compulsivamente lavar as mãos. ninguém está a salvo, poucos conseguem viver uma vida cristã. e esta vida ganha sentidos diversos a cada época. desde logo não devemos extremar esses fatos, melhor uma paciente aceitação, uma terna moderação em tudo que nos liga a nós e ao mundo, lado a lado de um sincero não.

                                          Igor zanoni 

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