Nos meus tempos de graduação e de mestrado, tinha muitos companheiros decididamente revolucionários na ação e no pensamento. Muitos foram presos e depois de livres, ascenderam a cargos políticos, com a antiga integridade ou sem ela. A faculdade era engraçada. Certa vez os alunos da graduação de sociologia levaram um operário para conhecer melhor a classe trabalhadora brasileira. Foi tudo muito politizado e equivocado. Houve outros episódios parecidos mas aqui lembro Carlos, que fazia também sociologia e tinha sempre em mente o potencial revolucionário dos trabalhadores. Fazia declarações como:” O trabalhador sabe onde o sapato aperta o calo” ou “ Os trabalhadores podem ter muitos preconceitos, mas fazem a revolução com eles”. Na faculdade em que dou aula é triste ver a ausência quase total desse espírito de mudar o mundo, mais do que isso, de como um discípulo de Rosa Luxemburgo , crer na espontaneidade operária. Mudou o Brasil, e caímos num reformismo lampedusiano, os professores marxistas pouco apresentam autores novos que falem não de empregados na linha de produção criando valor e mais valia, mas da vida comum das massas, da nossa história sem transcendência. Os alunos são, os melhores, cooptados com empregos no setor financeiro, embora haja alguns com promissor marxismo acadêmico. Nossos autores nacionais são pouco lidos, mas os mais á esquerda perdem o tempo vociferando contra Lula e o PT. Mas nada dos vistosos trotskistas, dos libelu anarquistas, da festa tão própria dos jovens, hoje atrás com razão de miseráveis estágios.
Viver sem ideal realmente fica bem monótono!!
ResponderExcluirBeijo!!