Nós na faculdade
costumamos ligar a criação científica e tecnológica a fatores como o mercado, a
concorrência, a ação do Estado ou um improvável empresário schumpeteriano. Quem
começa a ler sobre a formação da veneranda e venerável civilização chinesa
descobre logo como lá essa criação esteve ligada a impulsos culturais e éticos,
claros no confucionismo e no taoismo, bem como à importância nessas cosmovisões do homem como microcosmo que reproduz o macrocosmo. Esses impulsos
sempre estiveram por trás da coesão política desta imensa área do mundo e de
sua continuidade cultural. A acupuntura, a bússola, a pólvora, o papel feito de
madeira, entre outras descobertas podem ser ligados a esses fatores, bem como a
alquimia que desembocou na química moderna. O Império chinês e a eticidade do
povo chinês não se desenvolveram historicamente em raízes mercantis. Nunca se
pode pensar na história do Ocidente como a história do mundo. Sabe-se que a
presença do Exército americano no Extremo Oriente trouxe para o Ocidente muitas
técnicas terapêuticas e medicamentos que depois foram utilizados pela indústria
farmacêutica, mas ainda hoje muitos vêm buscando terapias tradicionais do Oriente
como forma de escapar ao custo e aos inconvenientes das terapias convencionais.
Também se sabe que a medicina chinesa é a base de um sistema de atenção à saúde
que atende toda população de um bilhão e duzentos mil habitantes, e que apenas
em muito menos grau a medicina ocidental é usada em tratamentos mais
específicos, em regime de coparticipação. Quem desejar conhecer mais sobre a
China talvez o primeiro passo seja consultar o site da Fundação Fairbanks.
Igor Zanoni
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