domingo, 18 de outubro de 2015

Nossa visão da tecnologia e a China



Nós na faculdade costumamos ligar a criação científica e tecnológica a fatores como o mercado, a concorrência, a ação do Estado ou um improvável empresário schumpeteriano. Quem começa a ler sobre a formação da veneranda e venerável civilização chinesa descobre logo como lá essa criação esteve ligada a impulsos culturais e éticos, claros no confucionismo e no taoismo, bem como à importância nessas cosmovisões do homem como microcosmo que reproduz o macrocosmo. Esses impulsos sempre estiveram por trás da coesão política desta imensa área do mundo e de sua continuidade cultural. A acupuntura, a bússola, a pólvora, o papel feito de madeira, entre outras descobertas podem ser ligados a esses fatores, bem como a alquimia que desembocou na química moderna. O Império chinês e a eticidade do povo chinês não se desenvolveram historicamente em raízes mercantis. Nunca se pode pensar na história do Ocidente como a história do mundo. Sabe-se que a presença do Exército americano no Extremo Oriente trouxe para o Ocidente muitas técnicas terapêuticas e medicamentos que depois foram utilizados pela indústria farmacêutica, mas ainda hoje muitos vêm buscando terapias tradicionais do Oriente como forma de escapar ao custo e aos inconvenientes das terapias convencionais. Também se sabe que a medicina chinesa é a base de um sistema de atenção à saúde que atende toda população de um bilhão e duzentos mil habitantes, e que apenas em muito menos grau a medicina ocidental é usada em tratamentos mais específicos, em regime de coparticipação. Quem desejar conhecer mais sobre a China talvez o primeiro passo seja consultar o site da Fundação Fairbanks.


Igor Zanoni

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