domingo, 6 de março de 2016

Limiar

meu avô gostava de um hino
o trabalho desta vida termina
a alma observa seu destino
escolhe como viverá esses momentos
o limiar está adiante
mas ela ainda vive
e sorri para os que ama
se estão próximos
lembra o que não imaginamos
não sabemos bem o que se passa
em sua estreita passagem
apoia-se no som das vozes
irrita-se alegra-se talvez não pense
mas antes de pensar sabe algo
que não sabemos
que pertence a ela nesse momento
que fique em calma
que esteja conosco
como o próprio Senhor esteve conosco
e vimos seu rosto
ouvimos o que disse
mas agora está e não está
e nesta fímbria de ausência e pertencimento
formamos à sua volta
uma ponte bem firme
que tenhamos a precisa serenidade
e ousadia


                                                                     Igor Zanoni

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