para Schelling é impossível aos seres racionais abrir
mão da aspiração de fazer a conexão entre sua finitude e o infinito de onde
emergiram. essa pergunta não pode para ele ser teórica, mas prática. a
filosofia, assim, precisa tornar o absoluto, que pode não ser um objeto do
conhecimento, um objeto da ação, ou demandar a ação pela qual o absoluto é
percebido. o sujeito finito dá conta do absoluto unindo a si com o infinito transcendendo o campo da experiência,
deixando de ser um ser finito. parece a mim que este salto do conhecimento
científico para a experiência pessoal exige que a filosofia aí precise não dar
conta da razão como base da ciência, mas postular que o ser possa, para
continuar sendo e assim unir sua experiência com o seu autoconhecimento,
fundamentar por si mesmo sua infinitude. razão se torna ação, decisão, o ato
pelo qual nos salvamos de nossa precariedade e transitoriedade. mas esta
conexão é sentida como necessária por todos? talvez sim, mas nem todos podem ter a fé que ela exige, a
fé também necessária para basear a vida e suas exigências práticas de
reconciliação com o mundo.
Igor Zanoni
Nenhum comentário:
Postar um comentário