sábado, 5 de março de 2016

Schelling


para Schelling é impossível aos seres racionais abrir mão da aspiração de fazer a conexão entre sua finitude e o infinito de onde emergiram. essa pergunta não pode para ele ser teórica, mas prática. a filosofia, assim, precisa tornar o absoluto, que pode não ser um objeto do conhecimento, um objeto da ação, ou demandar a ação pela qual o absoluto é percebido. o sujeito finito dá conta do absoluto unindo a si com o  infinito transcendendo o campo da experiência, deixando de ser um ser finito. parece a mim que este salto do conhecimento científico para a experiência pessoal exige que a filosofia aí precise não dar conta da razão como base da ciência, mas postular que o ser possa, para continuar sendo e assim unir sua experiência com o seu autoconhecimento, fundamentar por si mesmo sua infinitude. razão se torna ação, decisão, o ato pelo qual nos salvamos de nossa precariedade e transitoriedade. mas esta conexão é sentida como necessária por todos? talvez sim,  mas nem todos podem ter a fé que ela exige, a fé também necessária para basear a vida e suas exigências práticas de reconciliação com o mundo.

                                                       Igor Zanoni

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