vastos dromedários corriam as persianas. tentei inutilmente
reconciliar o sono mas confundi os sonhos de noites seguidas. nestes casos convém
um café amargo. lembrei da areia correndo na ampulheta e senti que corria sem
definições mais precisas. quem sabe melhor adentrar o deserto, procurar imagens
como Werner Herzog, mas sem achar o celular, sem poder pedir uma passagem para
lá de Bagdá, soube por um insight da desolação que por toda parte nos espera e
emiti um grito impreciso por um socorro improvável. o resto é história antiga,
tecida nas frestas do dia intermitente.
Igor Zanoni
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