sábado, 2 de julho de 2016

Deserto diário

 

vastos dromedários corriam as persianas. tentei inutilmente reconciliar o sono mas confundi os sonhos de noites seguidas. nestes casos convém um café amargo. lembrei da areia correndo na ampulheta e senti que corria sem definições mais precisas. quem sabe melhor adentrar o deserto, procurar imagens como Werner Herzog, mas sem achar o celular, sem poder pedir uma passagem para lá de Bagdá, soube por um insight da desolação que por toda parte nos espera e emiti um grito impreciso por um socorro improvável. o resto é história antiga, tecida nas frestas do dia intermitente.


                                                           Igor Zanoni

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