sexta-feira, 20 de junho de 2025

O Jesus histórico


Examinando a pesquisa da teologia desde o final do século XIX sobre o Jesus histórico, e as diversas Vida de Jesus escritas no período, em sua tese de doutoramento Albert Schweitzer conclui que não houve um Jesus histórico, que tenha feito milagres e pregado a vinda do Reino de Deus. Embora o espírito de Jesus seja forte no mundo, sua vida enquanto homem foi uma construção da pregação original da igreja primitiva. Nesta pregação original deve se basear a fé. O período em que ela foi formada foi pré-científico e as vidas de Jesus se baseiam em mitologia e construções literárias. Não se pode pois viver no nosso tempo e crer em milagres e outros relatos dos evangelhos como dados históricos. Esta conclusão de Schweitzer é importante e vai contra a posição da teologia liberal, que busca amparar a fé em primeiro lugar em dados históricos. Uma conclusão semelhante se poderá encontrar em Bultmann em sua teologia do Novo Testamento. Embora sejam posições radicais as desses autores, elas são importantes na medida em que remetem à fé da igreja primitiva e ao Jesus da fé.

Autores subsequentes serão menos radicais ao procurar resgatar ao lado do Jesus da fé o Jesus histórico, mas a pesquisa de Schweitzer abre novas pesquisas para a teologia do século XX e para a busca da mensagem da igreja cristã primitiva, voltando-se a Paulo e ao evangelho de João em especial.

 

                                                           Igor Zanoni 

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