Examinando a pesquisa
da teologia desde o final do século XIX sobre o Jesus histórico, e as diversas
Vida de Jesus escritas no período, em sua tese de doutoramento Albert Schweitzer
conclui que não houve um Jesus histórico, que tenha feito milagres e pregado a
vinda do Reino de Deus. Embora o espírito de Jesus seja forte no mundo, sua
vida enquanto homem foi uma construção da pregação original da igreja
primitiva. Nesta pregação original deve se basear a fé. O período em que ela
foi formada foi pré-científico e as vidas de Jesus se baseiam em mitologia e
construções literárias. Não se pode pois viver no nosso tempo e crer em
milagres e outros relatos dos evangelhos como dados históricos. Esta conclusão
de Schweitzer é importante e vai contra a posição da teologia liberal, que
busca amparar a fé em primeiro lugar em dados históricos. Uma conclusão semelhante
se poderá encontrar em Bultmann em sua teologia do Novo Testamento. Embora
sejam posições radicais as desses autores, elas são importantes na medida em
que remetem à fé da igreja primitiva e ao Jesus da fé.
Autores subsequentes
serão menos radicais ao procurar resgatar ao lado do Jesus da fé o Jesus
histórico, mas a pesquisa de Schweitzer abre novas pesquisas para a teologia do
século XX e para a busca da mensagem da igreja cristã primitiva, voltando-se a
Paulo e ao evangelho de João em especial.
Igor Zanoni
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