É evidente que a
crítica de Jesus ao formalismo da lei tal como a compreendiam os escribas e
fariseus e à venalidade dos sacerdotes no Templo atraíram sua ira sobre Jesus.
A época era violenta, muitas pessoas morriam na cruz, que era o instrumento
preferido de castigo aos criminosos pelos romanos. Mas Jesus sabia disso,
pode-se dizer que Ele escolheu mesmo Seu destino, ainda que não compreendido
pelos que o seguiam. A comunidade primitiva mesmo em tempos de Jesus vivo entre
ela começou a vê-lo como o próprio Messias, mas sua morte criou um mal-estar, o
escândalo da cruz: como poderia o Messias morrer dessa forma? Mas Ele começou a
ser visto com este episódio como um Messias sofredor de que fala o profeta
Isaias, que carregava os pecados do povo e morria em seu lugar. Ele foi visto
como um sacrifício final em um tempo em que os sacrifícios de animais era uma
parte da religião judaica. Esse mal-estar foi sucedido pela crença na
ressurreição de Jesus, que atestava a vitória sobre a morte e a vinda
definitiva do Reino. A vida de Jesus foi explicada pela comunidade em termos de
passagens dos profetas como Isaias e Daniel, e palavras de Jesus foram
colecionadas e lembradas nesses termos. Ele era o Filho de Deus que viera ao
mundo para livrar o povo de seus pecados e criar para ele uma vida nova e
plena.
Igor Zanoni
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