Os estudiosos
discutem há muito se Jesus se apresentou Ele mesmo como o Messias ou se esta
foi uma crença desenvolvida na igreja primitiva após a sua ressurreição. De
qualquer modo, o Messias que ele esperava não era um Messias político, da
linhagem do grande rei Davi, mas, inspirado em passagens dos grandes profetas,
era um Messias humilde capaz de colocar fim a este mundo pecaminoso e inaugurar
o Reino de Deus. A mensagem que Jesus trazia era essencialmente ética, posto
que inspirada em passagem do livro de Levítico que afirma ser a essência dos
mandamentos o amor a Deus e ao próximo. Assim, a Lei judaica, herdada dos
tempos mosaicos e muito adulterada com o tempo, era contraposta por Ele a essa ética.
Ela era vista como um ritualismo que escondia a própria essência do amor que se
constituía no cerne da Lei, e esse ritualismo atingia os piedosos fariseus e os
sacerdotes. Essa ética de Jesus era já ensinada por alguns rabinos importantes,
e Ele com certeza conhecia tais ensinamentos. O Messias viria em um dia que só
Deus conhecia, com poder sobre as nuvens do céu, inaugurar um novo tempo e a
preparação para tão grande evento era o cultivo dessa ética, que começava com o
arrependimento.
Igor Zanoni
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