domingo, 30 de outubro de 2011

Procura-se um gato


Eu comprei para meu filho um belo gato siamês, que veio bem pequeno e nos acostumou com sua paz felina, bem como com suas escapadas noturnas das quais chegava com fome e arranhado de manhã. Acontece que a vizinha da casa ao lado inventou de fazer um jardim no exíguo espaço ao lado da garagem. Colocou luvas, uma calça velha e plantou umas flores com seu gosto duvidoso fazendo um desenho que terminava com umas tabuletas dizendo “ bem vindo” e “welcome”. Mas meu gato não foi bem vindo. Já não era, porque fazia barulho à noite. O barulho a meu ver foi apenas uma chance de diálogo comigo, marcado pela intolerância curitibana. Para não perder o amigo, quero dizer, o gato, mandei castrá-lo, o que tirou parte de sua alegria de viver. Mas ele ainda gostava de visitar os outros gatos à noite e espiar a lua, deixando de lembrança um belo cocô no jardim da sua inimiga. Nova briga. Não tive nada a fazer senão dar o gatinho. Eis que senão quando a vizinha compra um segundo carro, destrói o jardim e faz uma garagem no lugar. Agora procuro de novo meu gato, com um pedido de desculpas por ser tão frouxo na nossa antiga amizade, e temer demais os vizinhos. Quem souber, ele atende pelo nome de Tom, é branco e cinza, pequeno, peludo e carinhoso.  


                                                      Igor Zanoni

Um comentário: