domingo, 4 de março de 2012

“Isto é só o fim...”



Nossa economia mundializada já perdeu há décadas sua funcional “destruição criadora” de que falava Schumpeter, a capacidade de se renovar dinâmicamente em suas estruturas produtivas, técnicas e de mercado, oferecendo ao público a glamorosa figura do empresário inovador. Ela se aliou à destruição do planeta, a guerras e regimes intolerantes se resolvendo numa crescente militarização da sociedade, à corrupção e ao desrespeito por valores culturais que mantiveram estáveis por séculos sociedades ao redor do globo. Ele finalmente se reduziu a mostrar a face crua do dinheiro como o valor mais precioso. Só se expande através de ciclos de endividamento que se resolve em depressões e regressões políticas e sociais contra as quais a mobilização social nada pode fazer. Tem a seu lado interesses de estados colados a grandes e poucos bancos e indústrias que dominam as decisões. Agora mais que nunca contrato é contrato, não se perdoam dívidas, os bancos aos quais se deve são pagos pela finança pública, antes funcional ao desenvolvimento econômico e social. Essa é a ideologia, acabou a social democracia, acabou o progressismo e o reformismo, para quase todos o fim está próximo. “Isto é só o fim, é só o fim...”


                                                                 Igor Zanoni

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