quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O assim chamado "rombo da Previdência"




A mídia não se cansa de repetir inverdades, com fins que se adivinha, que fazem a delícia dos conservadores e fazem os mais pobres desistir de lutar contra o que parece ser seu destino. Assim ocorre com o famoso “rombo da Previdência”, que impede, supõe-se, maiores reajustes ao salário mínimo e aos proventos de aposentados e pensionistas do INSS. Acontece que esse rombo não existe. Como ensina a professora Angela Welters, minha colega de departamento na UFPR, ele surge de causas como: 1) os assalariados recolhem no contracheque sua contribuição previdenciária, assim como s empregadores, mas o governo não destina todo o valor, longe disto, à previdência; 2) há uma dívida enorme patronal com a previdência, que o governo federal não cobra; 3) uma parte das receitas da União são conservadas como reservas que a União pode fazer discricionariamente, para fazer face a necessidades do ano, por exemplo, para procurar desemperrar a economia, e as receitas previdenciárias estão aí nessas reservas; 4) há gastos com assistência social, encargo que deve ser do Governo Federal, somado aos custos da previdência, o que é equivocado. O “rombo” da Previdência é pois dinheiro que o governo deve a si mesmo, além do que os patrões devem. A quem interessa essa inverdade com que a mídia assusta o desinformado povo que vê televisão ou lê jornal?
E há economistas bem situados que ajudam a fabricar essa farsa. No livro Brasil: A Nova Agenda Social, organizado por Simon Schwartzman e Edmar Lisboa Bacha,e que reúne um rol de intelectuais ligados ao PSDB, há vários artigos insistindo no corte de pensões de viúvas, no drama da população que, envelhecendo, se aposenta “cedo demais” e outras balelas. É melhor conferir a verdade com o próprio IPEA, do próprio Governo Federal.


                                                                      Igor Zanoni



        

Nenhum comentário:

Postar um comentário