o Senhor gosta de se ocultar de nós, mesmo seu nome
não conhecemos e o modo como o referimos não pronunciamos. para nós Ele só pode
ser o absolutamente Outro. e isto é o que nos convém, para que possamos ter
desde logo a percepção de que seja o que façamos por nós, pelos outros, pela
maquinaria insensata do mundo, nunca será bastante, não será o que precisa ser
feito, e não chegaremos longe filosofando sobre o mundo ou tentando
transformá-lo. se formos demasiado autoconfiantes ergueremos nova e ridícula, infinda
Torre de Babel. qual é nossa existência, o que nos cabe nela senão alienação e
trabalho vaidoso que enchem bibliotecas da Babilônia? quando percebemos esta
alteridade cessamos de nos justificar, de argumentar, de mudar nossa sorte. o
Senhor não está disponível para nossas razões e apelos. Ele é indisponível para
nós quando o buscamos dessa forma, muito mais quando pensamos ser possível
ignorá-lo ou fugir de sua vontade. nosso trabalho importa mas como índice de
nossa insuficiência, da nossa arrogância, se ele não levar em conta como
importa antes a sua Graça.
Igor Zanoni
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