Faceiro, Promessa e Querido quebraram muito galho um
do outro, penduraram contas, estudaram juntos para um futuro incerto,
emprestaram grana para o fim do mês. Por tempo que não calcularam se
encontravam aqui e ali, um atrás do balcão da farmácia, outro descendo do
ônibus com uma filha dormindo no colo, o que faltou compensando o tempo perdido
com sonhos que talvez dessem certo quem sabe com certeza é ter fé. Faceiro
engordou cada vez mais com muito impreciso conhecimento que o mantinha sério e
atencioso aviando receitas dos mesmos corticoides. Promessa ficou tão magro que
deu o que falar e falavam mesmo. Querido ainda é muito querido por onde anda já
não se sabe onde. Ninguém julgue pela aparência. Eles tiveram a sua vida e a
apreciaram, não são nada raros tantos naufrágios que da praia ninguém vê, mais
gente acaba mal com menos juízo sem amigos.
Igor Zanoni
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