eu aprendi a ler muito cedo com papai, e ao entrar no
primário já havia lido quase todos os livros infantis de Monteiro Lobato e
muitos livros clássicos adaptados, como Quo Vadis e Os Lusíadas. eu me divertia
lendo, naquele tempo em que a televisão estava sendo introduzida, os livros de
Monteiro Lobato, falando sobre tudo, passavam a notícia de que ler era
importante mas além disso muito gostoso. ao lado de uma literatura como essa,
eu ganhava enciclopédias curiosas e volumes de perguntas e respostas informando
sobre todas as novidades do mundo, mesmo sem importância. eles perguntavam por
exemplo: Q-onde se situa a República de Andorra?, R-nos Pirineus, entre a
Espanha e a França; ou: Q- quem foi Ana Néri?, R-enfermeira brasileira na
Guerra do Paraguai (ora, minha avó morava na rua Ana Néri no Rio, gostei da
questão). mas também se perguntava quantas teclas tinha um piano comum ou esta,
muito boa: Q- o que é atol?, R- recife circular de coral. nenhuma utilidade maior
havia nestas questões, apenas era divertido aprender qualquer coisa em um mundo
que parecia muito bom e divertido também.
Igor Zanoni
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