terça-feira, 11 de outubro de 2016

O mundo bom e divertido


eu aprendi a ler muito cedo com papai, e ao entrar no primário já havia lido quase todos os livros infantis de Monteiro Lobato e muitos livros clássicos adaptados, como Quo Vadis e Os Lusíadas. eu me divertia lendo, naquele tempo em que a televisão estava sendo introduzida, os livros de Monteiro Lobato, falando sobre tudo, passavam a notícia de que ler era importante mas além disso muito gostoso. ao lado de uma literatura como essa, eu ganhava enciclopédias curiosas e volumes de perguntas e respostas informando sobre todas as novidades do mundo, mesmo sem importância. eles perguntavam por exemplo: Q-onde se situa a República de Andorra?, R-nos Pirineus, entre a Espanha e a França; ou: Q- quem foi Ana Néri?, R-enfermeira brasileira na Guerra do Paraguai (ora, minha avó morava na rua Ana Néri no Rio, gostei da questão). mas também se perguntava quantas teclas tinha um piano comum ou esta, muito boa: Q- o que é atol?, R- recife circular de coral. nenhuma utilidade maior havia nestas questões, apenas era divertido aprender qualquer coisa em um mundo que parecia muito bom e divertido também.


                                                               Igor Zanoni

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