a pequena família andava lentamente entre os
corredores do supermercado. ele estava com um conjunto velho de moletom, as
mãos nos bolsos, mal virava o rosto para comentar algo com a mulher. ela falava
uma vez ou outra, apanhava alguma coisa na prateleira, sacudia o litro de
iogurte, olhava o preço e repunha no lugar. de vez em quando bocejavam.
pareciam infinitamente entediados, e também um pouco cansados um do outro. não
consegui entender o que se passava, talvez se sentissem fora de lugar entre
mercadorias fora do alcance de seus bolsos. mas no carrinho do mercado ia uma
menininha com eles, o cabelo em duas tranças, sorrindo para tudo e chamando a
atenção da mãe. estava visivelmente feliz com o passeio, olhava para todo lado
mesmo não entendendo para que servia a maioria das mercadorias. talvez não estivesse
tanto feliz com o mercado, mas com o fato de sair, passear com os pais. acho
que as crianças são o melhor de uma família, com sua juventude alegre, sua
euforia leve. mas nem sempre os pais dão muita atenção a elas. entretanto elas
são uma promessa para o futuro, tomara que essa menina não se entedie, com o
tempo, como seus pais de cara amarrotada e de moletom velho.
Igor
Zanoni
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