O autor é porto-alegrense,
ainda jovem (nasceu em 1984) e “Areia nos Dentes” (Rocco, 2010) foi seu primeiro
romance. Xerxenesky é considerado um dos melhores autores de sua geração, fazendo
uma literatura que poderia ser considerada pós-moderna. Neste livro ele conta a
estória de Juan, de ascendência mexicana, que escreve um romance em parte
evocativo de suas origens e em parte ficcional. Nessa história, passada no sul
dos Estados Unidos, em pleno período do far-west, se opõem as famílias Ramirez,
de raiz mexicana e Marlowe, de raiz no norte do país. Um rapaz da família Ramirez
é assassinado, mas não se sabe quem o matou. Isto é suficiente para criar uma
grande tensão entre os dois grupos e para trazer à cidade em que vivem, Mavrak,
um xerife, Thornton, que busca impor a lei e a ordem no local. Outros
personagens importantes são Maria, que é mulher do dono do saloon em cujo andar
superior movimenta um bordel. E Vienna, namorada de Juan, o filho mais novo do
chefe dos Ramirez, Miguel. O livro transcorre sem maiores sobressaltos até que
os mortos do local começam a reviver como zumbis, provocando uma guerra entre
mortos e vivos. Há um tiroteio entre os dois grupos com os vivos tentando paralisar
os zumbis, até que Juan atira na própria Vienna para não atirar em seu pai Miguel
que é também agora um zumbi. O livro termina com Thornton saindo em um cavalo
de Mavrak, levando na garupa Maria e um neto de Miguel. O livro é assim um
pouco desconcertante, mas nenhuma estória em que entrem zumbis é chata ou
monótona.
Igor Zanoni
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