terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

"Areia nos Dentes", de Antônio Xerxenesky


O autor é porto-alegrense, ainda jovem (nasceu em 1984) e “Areia nos Dentes” (Rocco, 2010) foi seu primeiro romance. Xerxenesky é considerado um dos melhores autores de sua geração, fazendo uma literatura que poderia ser considerada pós-moderna. Neste livro ele conta a estória de Juan, de ascendência mexicana, que escreve um romance em parte evocativo de suas origens e em parte ficcional. Nessa história, passada no sul dos Estados Unidos, em pleno período do far-west, se opõem as famílias Ramirez, de raiz mexicana e Marlowe, de raiz no norte do país. Um rapaz da família Ramirez é assassinado, mas não se sabe quem o matou. Isto é suficiente para criar uma grande tensão entre os dois grupos e para trazer à cidade em que vivem, Mavrak, um xerife, Thornton, que busca impor a lei e a ordem no local. Outros personagens importantes são Maria, que é mulher do dono do saloon em cujo andar superior movimenta um bordel. E Vienna, namorada de Juan, o filho mais novo do chefe dos Ramirez, Miguel. O livro transcorre sem maiores sobressaltos até que os mortos do local começam a reviver como zumbis, provocando uma guerra entre mortos e vivos. Há um tiroteio entre os dois grupos com os vivos tentando paralisar os zumbis, até que Juan atira na própria Vienna para não atirar em seu pai Miguel que é também agora um zumbi. O livro termina com Thornton saindo em um cavalo de Mavrak, levando na garupa Maria e um neto de Miguel. O livro é assim um pouco desconcertante, mas nenhuma estória em que entrem zumbis é chata ou monótona.

 

                                                 Igor Zanoni 

Nenhum comentário:

Postar um comentário