“F” (Rocco, 2014)
é o segundo romance do porto-alegrense Antônio Xerxenesky, nascido em 1984. É
com um F que começam palavras como Fake ou Ficção, “F de Fake” é o nome do
último filme de Orson Welles. Este é figura central do romance. Uma moça de 25
anos, vinda dos anos de ditadura e repressão no Brasil, ao lado de uma paixão
por música pop e por cinema, recebe e aceita um convite para matar Orson
Welles. A partir daí ela busca o cineasta em Los Angeles e em Paris, entra em
contato com ele e elabora um plano que falha de assassinato. Mais tarde recebe
a notícia de que o cineasta morre de um ataque cardíaco, e mais tarde ainda
recebe a visita do próprio Welles, que ainda estava vivo. O livro é recheado de
referências à vida e aos filmes de Orson Welles, cuidadosamente pesquisadas, e
de referências à música dos anos 80, falando de bandas como o Joy Division, New
Order e Human League. Na verdade, o livro é uma ficção, mas tem escoras reais
na vida de Welles e na cultura pop, é uma ficção, mas ancorada em pesquisas
sólidas. Não fica claro porque a narradora do livro se torna uma assassina de
aluguel, mas seu plano falha, e ela se volta para uma vida de insônia e
melancolia, até encontrar Welles de novo como parte do próprio grupo que
convidou-a para mata-lo. Um livro instigante, especialmente para quem gosta de
cinema.
Igor Zanoni
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