Tudo que sai no mijo
viemos do abismo e do amoníaco
para viver e pensar a vida
para suspender em um arco
o medo da indesejada das gentes
sofrer o necessário e o contingente
bem como o que nos transcende
a ambigüidade do amor
os temores de mãe
as datas de cada feito digno de lembrança
e logo de esquecimento
apagar vestígios
da borra de café nas xícaras
a amargura de tantos beijos
embora não tenham sido tantos os beijos
e o medo do escuro
esconjurado com cantigas de roda
de preferência mineiras
que Minas é o grande sertão mítico
onde os amigos são todos índigos
e após uma celebração com boa cachaça
inscrevem no muro sua urina soberba
Igor Zanoni
Nenhum comentário:
Postar um comentário