sábado, 31 de dezembro de 2011

Trem


duas pessoas podem viver
afastando-se à velocidade de um trem
mas recordam antigas expectativas
sonhos não realizados
o carinho que interrompeu
vez ou outra a fuga
o desejo de retorno
até que definitivo se frustre
rosas atiradas da janela
vestidos que se rasgaram
quartos de hotel onde se refugiaram
até que de novo se acendesse a luta
luzes mortas por todo o corredor
impossível ler o jornal
saber o que se passa com cada uma
o naipe de sopro toca um jazz
íntimo como o coração
mas os  sons se confundem
quem disse que champanha não sobe?
não se sabe o que fazer
se há o que fazer e para quê

                                                              Igor Zanoni

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