separando-se
após um longo casamento, um amigo me disse que o pior para ele era uma
relação com uma mulher que amara tanto e com a qual fizera tantos projetos
tornar-se tão sem grandeza e tão indigna dos dois. no século XIII, Mestre Dogen
escreveu que melhor que procurar o amor é buscar o não-ódio. o amor é um
sentimento confuso e belicoso, e projetos não tinham sentido para um mestre
como ele. o amor costuma ser violento e insiste em manter-se dentro de uma
certa faixa de apelo emocional e stress, que julgamos ser um grande sentimento
humano e uma grande realização pessoal, especialmente quando a religiosidade
enfatiza o casamento como um vínculo indissolúvel próximo ao que une o ser
humano a Deus. mas para o momento talvez o melhor mesmo seja começar por
estabelecer paz nas relações e equanimidade, procurar o bem do parceiro sem fazer
um projeto pessoal em que ambos se comprometam com um pensamento e um ideal
obscuro, inclusive porque o pensamento mantém ilusões e propostas de ação que
não damos conta. melhor a paz, paz para todos os seres, para que possam ser
cosmos e não caos em sua interdependência. talvez isto seja um real aprendizado
do amor, esse sentimento do futuro se tivermos todos mesmo um futuro.
Igor Zanoni
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