O Império Ming lança-se ao oceano
Entre 1405 e 1433, no governo do Imperador Ming
Youngle, o dinâmico Grande Eunuco Zheng He, de origem muçulmana, realizou sete
viagens com embarcações construídas nos estaleiros próximos a Nanjing. Elas
somaram duas mil embarcações além de quase uma centena de “navios de tesouro”
de 112 a 113 metros de comprimento e de 46 a 55 metros de envergadura, com
cerca de três mil toneladas de capacidade. Possuíam de quatro a nove mastros
com 27 metros de altura, uma dúzia de compartimentos à prova d´água e de lemas
de popa, e podiam ter até cinquenta cabines e embarcar entre 450 e 500 homens.
Na primeira viagem, Zheng He foi acompanhado de 70 eunucos, 80 membros do
pessoal médico, cinco astrólogos e trezentos oficiais militares, além de uma
força de 26.800 homens. Visitaram a Índia e outros portos até chegarem nestas
viagens ao estreito de Ormuz, depois percorreram a costa oriental da África até
o sul, preocupando-se em estabelecer relações diplomáticas com cerca de 30
países, bem como trocar informações geográficas e científicas, simbolizadas no
grande interesse por girafas, várias das quais levadas à China como auspiciosos
unicórnios. No mesmo século a Europa lançava-se a um périplo marítimo que
conduziria à destruição da África, na expressão de Las Casas, como suporte para
o domínio brutal da América e das Índias Orientais.
( fontes:
J.K. Fairbank e Merle Goldman-China, uma nova história e Bartolomeu de Las
Casas-Memória da Destruição da África )
Igor
Zanoni
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