quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O Império Ming lança-se ao oceano

O Império Ming lança-se ao oceano


Entre 1405 e 1433, no governo do Imperador Ming Youngle, o dinâmico Grande Eunuco Zheng He, de origem muçulmana, realizou sete viagens com embarcações construídas nos estaleiros próximos a Nanjing. Elas somaram duas mil embarcações além de quase uma centena de “navios de tesouro” de 112 a 113 metros de comprimento e de 46 a 55 metros de envergadura, com cerca de três mil toneladas de capacidade. Possuíam de quatro a nove mastros com 27 metros de altura, uma dúzia de compartimentos à prova d´água e de lemas de popa, e podiam ter até cinquenta cabines e embarcar entre 450 e 500 homens. Na primeira viagem, Zheng He foi acompanhado de 70 eunucos, 80 membros do pessoal médico, cinco astrólogos e trezentos oficiais militares, além de uma força de 26.800 homens. Visitaram a Índia e outros portos até chegarem nestas viagens ao estreito de Ormuz, depois percorreram a costa oriental da África até o sul, preocupando-se em estabelecer relações diplomáticas com cerca de 30 países, bem como trocar informações geográficas e científicas, simbolizadas no grande interesse por girafas, várias das quais levadas à China como auspiciosos unicórnios. No mesmo século a Europa lançava-se a um périplo marítimo que conduziria à destruição da África, na expressão de Las Casas, como suporte para o domínio brutal da América e das Índias Orientais.


   ( fontes: J.K. Fairbank e Merle Goldman-China, uma nova história e Bartolomeu de Las Casas-Memória da  Destruição da África )


                                                                 Igor Zanoni

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