quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Quieto



ao anoitecer me aquieto
porque há menos luz e não preciso
me manter tão atento e tão preciso
posso me inclinar com a sombra
ser menos carregado de medos
dissabores de cabeça cheia e bolsos vazios
livros e cadernos por todo lado
e o hábito de falar sozinho pelos cotovelos
um avião ronca baixo com luzes acesas
vou para casa com leite pão café
e nenhum plano
o corpo por si mesmo impõe
alma e corpo em mútua quietude


                                                                Igor Zanoni

Nenhum comentário:

Postar um comentário