às seis e meia ou sete as praças onde se tomam ônibus
para casa vivem novo ritmo e vigor sobretudo com as moças que terminam o
expediente. conhecidas se encontram sempre, lançam para o mundo a alegria que o
dia de trabalho quase inibe. com a deselegância discreta que Caetano viu logo
em Sampa, criaram o dia todo um favo cansado, mas agora tomam sua próprias direções na euforia do calor e
da precária liberdade. para todos eu mesmo não tenho nada a oferecer, sinto-me,
se isso importa, agradecido pelas falas e movimentos que se desgarram. o melhor
sempre é ver as pessoas, sentir a reciprocidade, a correspondência que permite
a mente se aquietar também, sem as discussões e inquietações que em outros
momentos tornam o dia e a vida de todos
nós quase impraticáveis.
Igor Zanoni
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