segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Gente

às seis e meia ou sete as praças onde se tomam ônibus para casa vivem novo ritmo e vigor sobretudo com as moças que terminam o expediente. conhecidas se encontram sempre, lançam para o mundo a alegria que o dia de trabalho quase inibe. com a deselegância discreta que Caetano viu logo em Sampa, criaram o dia todo um favo cansado, mas agora tomam  sua próprias direções na euforia do calor e da precária liberdade. para todos eu mesmo não tenho nada a oferecer, sinto-me, se isso importa, agradecido pelas falas e movimentos que se desgarram. o melhor sempre é ver as pessoas, sentir a reciprocidade, a correspondência que permite a mente se aquietar também, sem as discussões e inquietações que em outros momentos tornam o dia e  a vida de todos nós quase impraticáveis.


                                                              Igor Zanoni

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