do tempo fabuloso no qual entrei na escola guardo bem
a imagem de um livro capaz de contar a história de tudo, o descobrimento do
homem, a invenção da fotografia e da música de Beethoven, a fórmula da pólvora
caseira, a fortuna dos garimpeiros no Alasca, a vida no Pacífico Sul de homens
como o capitão Ahab, Scott e Malinowski, a cerâmica marajoara. procuro distinguir
na minha neblina uma página que anunciava minha própria idade das luzes, o
momento de separar o eu menino do eu mesmo homem. também permanece a antiga
intuição (do Minotauro, da Aritmética, do livro de Van Loon sobre o progresso humano), intuição na qual
Monteiro Lobato anunciou (entre seu espiritualismo, seu socialismo, sua
admiração pela América e sua busca de
petróleo no País), sua certeza de que estudar qualquer coisa é divertido e
necessário. ponto de partida para mares nunca dantes navegados e para outros que
precisam ser sim recuperados, para que subsista a densa floresta da infância que
ainda trazemos.
Igor Zanoni
Nenhum comentário:
Postar um comentário