quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Por mares nunca dantes navegados



do tempo fabuloso no qual entrei na escola guardo bem a imagem de um livro capaz de contar a história de tudo, o descobrimento do homem, a invenção da fotografia e da música de Beethoven, a fórmula da pólvora caseira, a fortuna dos garimpeiros no Alasca, a vida no Pacífico Sul de homens como o capitão Ahab, Scott e Malinowski, a cerâmica marajoara. procuro distinguir na minha neblina uma página que anunciava minha própria idade das luzes, o momento de separar o eu menino do eu mesmo homem. também permanece a antiga intuição (do Minotauro, da Aritmética, do livro de Van Loon  sobre o progresso humano), intuição na qual Monteiro Lobato anunciou (entre seu espiritualismo, seu socialismo, sua admiração pela América  e sua busca de petróleo no País), sua certeza de que estudar qualquer coisa é divertido e necessário. ponto de partida para mares nunca dantes navegados e para outros que precisam ser sim recuperados, para que subsista a densa floresta da infância que ainda trazemos.


                                                                 Igor Zanoni

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