na sala de espera da oftalmo as três formavam um grupo
coeso e seu. a mãe bem jovem, o penteado singular e discreto feito como que para
mostrar que ela se penteava por um tempo adequado, o vestido claro com desenhos
coloridos quase justo. pouco se distinguia das duas meninas, talvez gêmeas. não
sei se cheguei a ver os olhos de alguma,
tanto todos os rostos e os gestos se concentravam e se moviam ao mesmo tempo, na quietude necessária, não
mais, umas nas outras e no que as entretinham, além delas mesmas, um tablete e
uma boneca. a médica surgiu do consultório para pingar colírio amarelo na
meninas, que elas aceitaram sem um sinal. pensei como se pode viver tão sereno
em um mundo hostil, dadas certas condições que ignoro e invejo, como viver em
um parque de Kyoto no MAB em Curitiba. boa sorte aí, brinquei com uma das meninas, a mãe agradeceu
da forma tranquila que eu já antecipava.
Igor Zanoni
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