quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Fazer o bem e o mal

 
Pelo menos dentro de certos limites, fazer o bem ou o mal me parece uma relação de colaboração. Muitos grandes personagens característicos por sua bondade, como o Dalai Lama, são vistos como perigosos, digamos pelo governo chinês e pelos cristãos que não admitem contato com sua forma de religiosidade. Também há pessoas que são amadas, mesmo não sendo exatamente um primor tradicional de amor, mas transmitem um senso de liberdade, de viver como quiser, mesmo que esta seja uma imagem bem elaborada. Penso em ídolos do pop ou do rock. Outras pessoas nos fazem sentir fazendo coisas que elas fazem, são próteses nossas, como os jogadores de nosso time, ainda que cobremos muito o time não vai bem ou um deles gosta de ir a festas mais do que se esperaria de um atleta. Há pessoas para quem basta uma oração á Nossa Senhora para se sentirem confortadas e renovadas e há quem não tolere, como vi certo teólogo escrever, a “mariolatria”. Há um dito popular assim: “mesmo Jesus não agradou a todos”. É claro que não se pode comparar uma vida dedicada à compaixão e ao ensino como o Dalai Lama com muitos que fazem coisas ótimas mas de outra índole ou sem tanta perseverança. Poucos não tremem diante da morte, mas muitos não tremem, se isso for o correto a seu ver. Mas sou um pouco cético quanto a  agradar ou ajudar as pessoas a menos que isso seja um pacto bem definido. Um amigo meu, mais velho, lembrava-se do seu pai dizendo que batia nos filhos e era muito autoritário, mas que mesmo assim, “gostava” deles. Esse amor não satisfez ninguém. Mas há padrões de amor. Certas épocas e lugares toleram ou incitam alguns e limitam ou proíbem outros. Por isso fazer o bem é maior do que nós, a menos que tenhamos certa luz interior que outro não possa apagar, e na qual creiamos por algum motivo especial.


                                          Igor Zanoni        

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