sábado, 19 de janeiro de 2013

O Fio da Navalha


Andar sobre o fio da navalha, isto é, sem pender para um lado ou outro, sem desequilibrar-se por não exercer equidistância e julgar as pessoas pelo próprio apego. Assim evitar o sofrimento, o próprio e o da comunidade humana, agindo sem agir, isto é, com uma sabedoria sem objetivos que não evitar o sofrimento. No livro “O Fio da Navalha”, baseado em acontecimentos e pessoas com as quais conviveu entre o final dos anos vinte e início dos trinta, Sommerset Maughan trata de modo pioneiro na literatura européia esta forma de agir encontrada por um homem que sofre vários conflitos amorosos e a tragédia pessoal de amigos, ao dirigir-se para a India e lá encontrar orientação e a prática da meditação graças a um velho rishi. Quando li o livro pela primeira vez, não entendi muito, talvez porque Maughan parece reduzir a sabedoria a saber praticar hipnose ou outras superficialidades. Além disso, o livro é muito colorido pela vida intensa da elite americana e parisiense, e a idéia central ficou para mim meio perdida. Mas vendo o filme, muito antigo, com Tyrone Power no papel principal, o enxugamento que o livro sofreu mostrou-me bem do que se tratava. O filme é muito melhor que essas bobagens como “O Pequeno Buda”e outros, porque proveio de um grande autor.

                                                                      Igor Zanoni

Nenhum comentário:

Postar um comentário