sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ao "Deus desconhecido"



no final do ano passado Woody Allen deu uma entrevista bastante ponderada e longa dizendo de sua tristeza e de sua impossibilidade de crer em Deus, apesar de desejar poder crer. pouco antes de morrer, Paul Auster escreveu suas confissões, seu único livro melancólico, dizendo o mesmo. eu não sei o que se pode entender pela existência ou não existência de Deus, ou como compreender ou dizer algo sobre Deus, para mim isto é impossível, acho para qualquer um é impossível. cresci entre minha casa e uma Igreja Batista, decorando versículos bíblicos obrigado por minha avó. cheguei a ganhar uma enciclopédia, algo caro e muito valorizado culturalmente na época, por esses meus conhecimentos. minha vó gostava das cartas de Paulo a seu jovem amigo Timóteo, e lembro e reli muitas vezes estas cartas e versículos. para mim existem minha avó, Paulo, Timóteo, minha casa, a igreja, nestas relações há algo que chamo com certeza Deus e que pertence a tudo em minha vida. penso que os que tiveram outra vida bem diferente da minha podiam pelo menos fazer como os atenienses que Paulo encontrou em seu famoso discurso no Areópago, e que haviam construído uma  estela ao “deus desconhecido”. abririam quem sabe uma ponte para um eventual futuro e alguma felicidade real.

                                                                  Igor Zanoni

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