Jesus, como explicam Albert Schweitzer e C.H. Dodd, esperava
uma intervenção divina que transformasse radicalmente o mundo como ele o via,
com seus conflitos, hipocrisia, violência, ganância, o mal. ele sentia sua
solidão diante de sua recusa em fazer parte de uma sociedade que mantinha e
promovia esse caos, e reivindicava para si a qualidade do Filho de Deus de que
falavam Isaías e outros profetas, que também viam o mundo como ele via e
pediram um enviado do Céu que mudasse a sorte da humanidade. isso é nítido
quando diz ao jovem rico que queria segui-lo: “ as raposas tem seus covis, e as
aves do céu os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde descansar a cabeça”.
o amor vibrante e apaixonado de Jesus levou-o à cruz, e se era Filho de Deus,
este de algum modo também morreu com Ele no mesmo momento, e partilhou sua agonia.
Dietrich Bonhoeffer, pastor de uma congregação e destacado teólogo alemão, preferiu morrer
com sua congregação na segunda guerra a aproveitar a chance de escapar que lhe
for oferecida. ele escreveu: o meu Deus é um Deus fraco. um pensador do século
XX tão destacado como Jiddu Krishnamurti também disse que só pode sentir amor
pela natureza e pela humanidade quem assumir essa específica solidão, mas
esclareceu que este amor é frágil, é necessário para aquecer o coração e viver
uma vida adequada em um mundo tão caótico e hostil, mas não pode transformar
este mundo.
Igor Zanoni
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