quarta-feira, 1 de abril de 2015

A fragilidade do amor



Jesus, como explicam Albert Schweitzer e C.H. Dodd, esperava uma intervenção divina que transformasse radicalmente o mundo como ele o via, com seus conflitos, hipocrisia, violência, ganância, o mal. ele sentia sua solidão diante de sua recusa em fazer parte de uma sociedade que mantinha e promovia esse caos, e reivindicava para si a qualidade do Filho de Deus de que falavam Isaías e outros profetas, que também viam o mundo como ele via e pediram um enviado do Céu que mudasse a sorte da humanidade. isso é nítido quando diz ao jovem rico que queria segui-lo: “ as raposas tem seus covis, e as aves do céu os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde descansar a cabeça”. o amor vibrante e apaixonado de Jesus levou-o à cruz, e se era Filho de Deus, este de algum modo também morreu com Ele no mesmo momento, e partilhou sua agonia. Dietrich Bonhoeffer, pastor de uma congregação  e destacado teólogo alemão, preferiu morrer com sua congregação na segunda guerra a aproveitar a chance de escapar que lhe for oferecida. ele escreveu: o meu Deus é um Deus fraco. um pensador do século XX tão destacado como Jiddu Krishnamurti também disse que só pode sentir amor pela natureza e pela humanidade quem assumir essa específica solidão, mas esclareceu que este amor é frágil, é necessário para aquecer o coração e viver uma vida adequada em um mundo tão caótico e hostil, mas não pode transformar este mundo.      


                                                                                    Igor Zanoni  

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