segunda-feira, 6 de abril de 2015

Cuiabá


depois de servir em Cáceres no noroeste do Mato Grosso por quatro anos, no Segundo Batalhão de Fronteira, meu pai conseguiu retornar ao Primeiro Batalhão de Carros de Combate Leves, em Campinas, para nossa casa. Cáceres ainda é pequena, em meio ao pantanal, colada à Bolívia, e eu havia vivido um período significativo em um minúsculo paraíso onde não faltaram nwambiquaras, bororos, pescas no rio Paraguai e as inúmeras iniciativas de papai tanto no exército como junto com os freis da missão jesuíta,  altos e vestidos com imaculadas e largas batinas brancas, entre outras lembranças. voltamos em uma semi-inexistente  estrada de areão branco, subindo e descendo em um voo de garça e muitas vezes parando e esperando por horas algum caminhão passar e nos socorrer de um problema mecânico da Vemaguete. este era um dos dois automóveis de Cáceres, que papai havia trazido com dificuldade, grande parte da viagem pelas chatas do rio Paraguai. quando chegamos a Cuiabá, cidade antiga, com grandes casas coloniais brancas, sua areia onde ainda muitos achavam um pouco de ouro, impressionou-me sobretudo o grande número de automóveis, quase sempre Nashes enormes. eu fiquei uns três dias na janela do hotel, pensando muito assustado como eu poderia viver de agora em diante em cidades imensas e intransitáveis como Cuaibá.


                                                                    Igor Zanoni


                                                                    

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