depois de servir em Cáceres no noroeste do Mato Grosso
por quatro anos, no Segundo Batalhão de Fronteira, meu pai conseguiu retornar
ao Primeiro Batalhão de Carros de Combate Leves, em Campinas, para nossa casa.
Cáceres ainda é pequena, em meio ao pantanal, colada à Bolívia, e eu havia vivido
um período significativo em um minúsculo paraíso onde não faltaram
nwambiquaras, bororos, pescas no rio Paraguai e as inúmeras iniciativas de papai
tanto no exército como junto com os freis da missão jesuíta, altos
e vestidos com imaculadas e largas batinas brancas, entre outras lembranças.
voltamos em uma semi-inexistente estrada
de areão branco, subindo e descendo em um voo de garça e muitas vezes parando
e esperando por horas algum caminhão passar e nos socorrer de um problema mecânico
da Vemaguete. este era um dos dois automóveis de Cáceres, que papai havia trazido
com dificuldade, grande parte da viagem pelas chatas do rio Paraguai. quando
chegamos a Cuiabá, cidade antiga, com grandes casas coloniais brancas, sua
areia onde ainda muitos achavam um pouco de ouro, impressionou-me sobretudo o
grande número de automóveis, quase sempre Nashes enormes. eu fiquei uns três dias
na janela do hotel, pensando muito assustado como eu poderia viver de agora em
diante em cidades imensas e intransitáveis como Cuaibá.
Igor
Zanoni
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