meu pai, que era regente, dizia que o “touch” de um
pianista era o divisor entre um bom e um ótimo executante. algo parecido vale
para os escritores, pois meu professor João Manuel ensinava a distinguir entre
os livros úteis e os grandes livros,
embora eu pense que ele lia todos. meu amigo Ednilson, que também sabe muito de
música, conta que Billie Holiday tinha uma extensão de voz de apenas uma oitava
mas seu timbre era inigualável, como o de Joe Cocker ou Sinatra. mas para mim
há intérpretes que se colocam de uma forma tal que vai além do timbre como
Armstrong ou Robert Plant. acho Armstrong o maior jazzman que ouvi, e Robert
Plant canta um standard de modo definitivo. ninguém deveria tentar cantar o que
ele já tenha cantado. ele foi descoberto por acaso por Jimmy Page, cantando em
um pub obscuro. mas além de todos estes existem “as lendas”, como me informou o
rapaz que faz fotocópias na escola, usando uma camiseta com uma estampa de Ray
Charles. eu adicionaria às lendas Bird, Coltrane, Dizzy Gillespie e Tom Jobim.
Igor
Zanoni
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